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Outro dia estava ouvindo um debate sobre liberar ou não o uso de armas. Como cristã sou completamente a favor do uso de armas. Mas calma, não essas armas que você está pensando, não armas de fogo e sim as armas de Jesus.
Creio que todo ser humano deveria armar-se até os dentes com as armas que Jesus sempre usava: o amor, a compaixão, a partilha, a doação, o espirito de amizade, enfim, o perdão e a entrega de si próprio pelo bem do próximo.
Imaginem que mundo maravilhoso se todos andássemos armados com o mesmo amor e a mesma compaixão e compreensão que Cristo teve com a mulher adúltera.
Ninguém sabia o que se passava na vida daquela mulher, ninguém sabia quais foram as promessas que ela recebeu do seu companheiro de traição, ninguém sabia os motivos que a levaram a pecar e, principalmente, ninguém sabia do seu arrependimento ou não. Todos queriam apenas condená-la, mas quantos que estavam ali será que não haviam vivido situação semelhante. Como nenhum dos acusadores viu-se digno de condenar a mulher após Cristo questioná-los sobre seus erros, Ele usa de sua compaixão e apenas recomenda: “Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais ”
Que bom seria se todos tivessem ao menos a decência de olhar para si próprio antes de julgar ao próximo. Mas é muito mais fácil julgar do que dar ao próximo uma alternativa de mudança de vida.
Imagine agora um mundo onde todos estivessem sempre armados de partilha e doação, como Cristo fez tantas vezes, como Ele fez até minutos antes de sua morte na Cruz.
“Ao ver Sua Mãe e junto dela o discípulo que Ele amava, Jesus disse à Sua mãe:‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí a tua Mãe’. ” Ao findar sua existência humana Ele ainda tem força para, não apenas doar sua vida em expiação aos nossos pecados, mas ainda partilha de Sua própria mãe com discípulo amado e assim o faz com toda a humanidade, doando Sua própria mãe para nós, pecadores.
Quão bom seria viver em um mundo em que todos pudessem se desprender das amarras do ter, que pudessem doar não apenas aquilo que não lhe serve mais, mas que conseguissem doar aquilo que lhes é precioso.
E se todos andássemos armados com o espírito de amizade que levou Cristo a visitar tantas casas, como a casa de Pedro, de Zaqueu, de Marta e Maria.
Mesmo em viagem, para cumprir sua missão, Jesus não deixou de parar por uns instantes e visitar Marta e sua irmã Maria. Nesse momento aproveitou para conversar com elas, partilhar Sua Palavra e ainda mostrar a Marta que é necessário também parar e escutar os ensinamentos que o Senhor nos dá.
Vivemos num mundo tão apressado, com tantas tarefas a serem feitas, tantas metas a serem atingidas que esquecemos até de parar para ouvir o próximo, muito menos para ouvir ao Senhor. Quando foi a última vez que você tirou um tempo para visitar um amigo? Qual foi a última vez que você chegou em casa e largou o celular, desligou-se das mídias e foi simplesmente conversar com aquela pessoa que mora na mesma casa que você? E a última vez que você abriu a bíblia para ouvir o que Deus tem a te dizer? Espero que saibamos partilhar nossa vida com o próximo sempre na presença de Deus, que saibamos cultivar as amizades que Deus botou em nosso caminho, que tenhamos tempo para escolher a “boa parte” como fez Maria.
Agora, imagine que paraíso seria viver em um mundo em que todos estivéssemos diariamente armados de perdão e entrega, como Cristo fez por tantas vezes, em especial no Calvário.
Sim, Cristo morreu por nós, entregou até a última gota de sangue que corria em Suas veias, entregou o Seu último suspiro, morreu de forma cruel e humilhante aos olhos humanos, e ainda assim, no alto da Cruz disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. ”
Será que conseguimos perdoar aos erros de nossos irmãos? Por vezes se torna difícil perdoar até nossos próprios erros. E digo mais, perdoar aqueles que amamos e que por alguma razão nos magoaram pode até ser difícil, mas difícil mesmo é perdoar aqueles que nunca amamos, aqueles que até chegamos a odiar. Entregar-se ao outro que nos feriu, que nos fez mal, esse é o grande desafio. Creio que o perdão e entrega sejam as armas mais difíceis de carregar, mas as que mais efeito causam.
Vamos aproveitar que faltam apenas dois meses para findar o ano e vamos adquirir nossas armas Cristãs, encher o mundo de amor, compaixão, a partilha,doação,amizade,perdão e entrega, e quem sabe assim, aos poucos, consigamos transformar o mundo em que vivemos no paraíso que Deus sonhou para nós.